O
Sindicato dos Jornalistas profissionais do Rio Grande do Sul utilizou o espaço
da Tribuna Popular na sessão ordinária de hoje na Câmara Municipal de Porto Alegre, para reivindicar melhores salários e
condições de trabalho. Milton Siles Simas Júnior, presidente da entidade,
denunciou o descaso que a categoria tem sofrido nos últimos anos pelo sindicato
patronal.
“Nós presenciamos nos jornais muitas lutas por
melhores salários de várias categorias, como professores e bancários, mas não
dos jornalistas, porque os jornais não noticiam”, criticou o presidente, acusando
o fato da categoria não ter recebido o aumento real em 2013 – hoje o piso é de
R$ 1.690 na Capital e R$ 1.425 no interior do Estado.
Simas relatou que “os patrões demoraram três meses
para abrir as negociações e não negociaram nada, apenas corrigiram a inflação.
Nós rejeitamos a proposta porque a consideramos abusiva e vergonhosa”. O líder
sindical informou que a categoria, em assembleia, recusou a proposta de aumento
do piso para R$ 1.808 para Porto Alegre e R$ 1.540 para o Interior.
Para o dirigente sindical, em 2013 o histórico de
falta de valorização chegou ao limite. “O jornalista trabalha até a meia noite
para informar os desdobramentos da greve dos bancários, vira a madrugada para
repercutir a Kiss, trabalha de noite para divulgar o incêndio do Mercado
Público, cobre a coletiva da presidente Dilma no sábado”, enumerou entre uma
série de informações que só são propagadas graças à dedicação dos jornalistas
em horários e dias incomuns à maioria dos trabalhadores.
Ao final, pediu para que os vereadores aprovem uma
moção de apoio aos jornalistas e repúdio ao sindicato patronal e disse que “a
informação de qualidade precisa de profissionais que sejam valorizados”,
enquanto era aplaudido por dezenas de jornalistas que estavam nas galerias
vestindo camisetas com os dizeres: “sem jornalista não tem informação”.
Fonte: Gustavo Ferenci