Faleceu no início desta tarde um dos personagens mais importantes para o cenário da cultura regional gáucha. GLÊNIO FAGUNDES.
Músico, poeta, compositor e comunicador de rádio, o mestre Glênio Fagundes era também um estudioso da cultura guaranítica, pesquisador da cultura pampeana, escritor, arranjador, desenhista, pintor e o primeiro a fazer bombos “legueros” no Estado do Rio Grande do Sul. Estudou harmonia no Instituto de Belas Artes de Porto Alegre e foi diplomado em Guitarra Clássica.
Em 1958, juntamente com seu irmão Paulo Portela Fagundes, criou o conjunto “Os Teatinos”, que tinha como integrantes os irmãos Glênio e Paulo Fagundes, além de Jayme Caetano Braun, Marco Aurélio Campos e José Cláudio Machado. Os Teatinos gravaram os LPs “Telurismo I e II”.
Glênio criou um estilo de milonga pampeana, sendo muito solicitado para acompanhar pajadores, declamadores, nomes nacionais e internacionais.
Na função de profissional da comunicação, atuou como produtor e apresentador nas rádios: Guaíba, Farroupilha, Gaúcha, e FM Cultura.
Na TVE, apresentou por 28 anos o programa GALPÃO NATIVO.
Atuava frequentemente como palestrante e como jurado em festivais de música e de poesia. É autor do livro “Cevando o Mate”, obra de referência sobre o chimarrão.
Era integrante da Estância da Poesia Crioula.
Foi indicado Pelo Governo do Estado para representar o Rio Grande do Sul no Encontro Mundial de “Mestres da Cultura”, sendo consagrado a partir de então como legítimo representante da Cultura Pampeana e “Mestre da Cultura Terrunha”.
Em 2009, recebeu a Medalha Mérito Farroupilha, honraria concedida pela Assembleia Legislativa à pessoas importantes para o Estado.
Eximio contador de histórias, causos e estórias, Glênio Fagundes também era um criador de frases, as quais ele utilizava frequentemente nos espaços que ocupava na mídia e também nas prosas ao pé do fogo aconselhando algum amigo. "Quem mata a sede é a água e não o copo", era uma de suas preferidas.
Na longevidade de seus 88 anos, aposentado, Glênio Fagundes vivia ao lado de sua esposa Maria Francisca, com quem gerou seis filhos: Nicácio, Cassiana, Osíris, Terêncio, Horácio, Juvêncio.
Glênio Cabral Portela Fagundes nasceu em Cacequi no dia 27 de abril de 1934.