Depois de falar que o Brasil é um
"anão diplomático" e "politicamente irrelevante", o
porta-voz de Israel, Yigal Palmor, voltou a ironizar o País. Em entrevista
concedida ao Jornal Nacional, ele criticou mais uma vez as
decisões do governo brasileiro nesta semana e ainda relembrou o vexame da
seleção na Copa do Mundo.
"A resposta de Israel é
perfeitamente proporcional de acordo com a lei internacional. Isso não é
futebol. No futebol, quando um jogo termina em empate, você acha proporcional e
quando é 7 a 1 é desproporcional. Lamento dizer, mas não é assim na vida real e
sob a lei internacional", disse Palmor.
O porta-voz passou a critica o Brasil
após o País condenar o que chamou de "uso desproporcional da
força" por parte de Israel nos ataques à Faixa de Gaza. Em documento
apresentado na quarta-feira, o governo mostrou preocupação com o
"elevado número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças".
Durante a entrevista para a Globo,
Palmor ainda disse que desproporcional seria deixar "centenas de
pessoas mortas nas ruas de Israel". O porta-voz destacou que o que
desequilibrou o número de mortos na guerra foi o sistema antimísseis do
país. "A única razão para não termos centenas de mortos nas ruas de
Israel é termos desenvolvido um sistema antimíssil e não vamos nos desculpar
por isso. Se não tivéssemos esse sistema haveria centenas de pessoas mortas nas
ruas de Israel. Isso seria considerado proporcional?", questionou.
Por fim, Palmor foi questionado se
Isarel cogitaria um cessar-fogo, principalmente com os EUA liderando as
discussões, mas ele aproveitou novamente para ironizar o Brasil. "Há
muitos contatos diplomáticos sendo feitos. [...] Infelizmente o Brasil não faz
parte. O Brasil se afastou de todos os movimentos diplomáticos ao convocar seu
embaixador. Mas há outros países envolvidos. Um dia desses vai haver um
cessar-fogo. A questão é saber quantas pessoas vão pagar com suas vidas pela
teimosia e extremismo do Hamas."
Troca de
farpas:
Nesta manhã, o The Jerusalem Post
divulgou uma entrevista com o porta-voz de Israel, que deu início à discussão
com o Brasil após o País, junto com outros 28 países votar pela investigação
das ações de Israel na região de Gaza.
"Essa é uma demonstração
lamentável de por que o Brasil, esse gigante econômico e cultural, continua
sendo um anão diplomático", disse Palmor. Ele ainda completou dizendo que
"o relativismo moral por trás dessa atitude faz do Brasil um parceiro
diplomático irrelevante, que cria problema ao invés de contribuir para
solucioná-los".
Durante a tarde, o ministro de Relações
Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, rebateu a nota do porta-voz de
Israel. "Somos um dos 11 países do mundo que têm relações diplomáticas com
todos os membros da ONU e temos um histórico de cooperação pela paz e ação pela
paz internacional. Se há algum anão diplomático, o Brasil não é um deles",
afirmou.
Segundo ele, o Brasil nunca
contestou o direito de Israel, ou nenhum outro país, de se defender, o problema
neste momento esta na "desproporcionalidade das coisas".
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