O acervo fotográfico do Palácio Piratini produzido durante o
governo de Yeda Crusius (2007/2010) continua sumido.
Pela lei, deveria estar à disposição do público no Museu de
Comunicação Social Hipólito José da Costa. Não estão.
A jornalista Ana Jung,
ex-assessora de imprensa no Piratini, diz que as fotos estão armazenadas em um
HD de posse da própria Yeda Crusius. A ex-governadora mantém silêncio sobre o
assunto.
O presidente do Sindicato dos
Jornalistas RS, Milton Simas, lamenta a posição de Yeda Crusius: “Essas fotos são
documentos públicos, de conteúdo histórico, e os profissionais da fotografia
que trabalharam na gestão da ex-governadora estavam a serviço do Estado,
utilizaram verba pública, portanto esse acervo já deveria estar à disposição da
população no Museu de Comunicação”, diz Simas.
O presidente da Arfoc/RS –
Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio Grande do Sul,
Itamar Aguiar, que trabalhou na gestão tucana, não sabe o que aconteceu com os
arquivos: “Essas fotos são instrumento do Poder Público, têm que estar lá no
Museu. As do governo Rigotto, eu e o Paulo Dias levamos pessoalmente para o Hipólito,
mas as do período Yeda ficaram sob a responsabilidade do pessoal da retaguarda
lá do setor no Piratini.
O jornalista e professor, Mario
Rocha, considera que a produção em imagem (fotos e filmes), bem como em áudio
(programas de rádio), inclusive com disponibilização através pela
internet, evidencia o desempenho de gestão (municipal, estadual ou federal) e
constitui patrimônio da sociedade e fonte de referência para pesquisadores. “Independente
de eventual exigência legal, parece-me evidente que todos os governantes tenham
especial interesse na preservação de tal legado”, afirma.
O Museu é subordinado à
Secretaria de Estado da Cultura. Foi criado através de decreto em 10 de
setembro de 1974 com a finalidade de guardar, preservar e difundir a memória
dos meios de comunicação no Rio Grande do Sul.
Seu Setor de Fotografia preserva
o acervo oficial, como os da assessoria de imprensa do Palácio Piratini,
além de trabalhos de colecionadores particulares, como dos gaúchos Miguel
Castro (1924) e Salomão Scliar (1925-1991), e retratos de estúdios
famosos da cidade, como Otto Shönwald, Irmãos Ferrari e Vírgilio Calegari.
As imagens sobre Porto
Alegre e o Rio Grande do Sul abrangem o período desde 1880 até os
dias atuais.
Fonte:Jornal Já
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