Juramento do Jornalista

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Peritos preparam exumação de Jango

Na véspera da exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart em São Borja,  o cemitério da cidade amanheceu isolado e com segurança reforçada. Peritos chegaram ao local às 10h para preparar a operação, marcada para as 7h de amanhã. A exumação investigará a suspeita de que Jango tenha sido morto por envenenamento durante exílio na Argentina, em 1976.
Seguranças do município e a Brigada Militar isolam a área. O jazigo da família foi coberto por lonas para o trabalho dos peritos. Para a retirada dos restos mortais, na manhã de quarta-feira, haverá três tipos de acesso: um para os peritos, que ficarão em cima do túmulo. O segundo será para os familiares, que poderão acompanhar todo o processo. Autoridades também poderão observar a operação. A imprensa não foi liberada para entrar no cemitério.
"Estamos aqui depois de longos seis meses de trabalho. Ele não se iniciou hoje, mas também não acaba amanhã. Vai demorar um certo tempo porque serão feitas análises em laboratórios e também no exterior", explicou Amaury de Souza Júnior, chefe dos peritos que está coordenando a exumação. O perito explica que não há prazo para a conclusão da análise e ressalta que o resultado pode ser inconclusivo.
Os peritos ainda não sabem em que condições estarão os restos mortais e o caixão de Jango. Se estiver em bom estado, a ossada será colocada em uma urna comprada especialmente para a operação. Se houver alguma deterioração, serão usadas caixas menores. Os restos mortais sairão do cemitério em um caminhão do Corpo de Bombeiros até o Aeródromo de São Borja.
De lá, os restos mortais seguem em um helicóptero da FAB até a Base Aérea de Santa Maria. Em seguida, o material vai para Brasília, onde é esperado até as 10h de quinta-feira. De acordo com a assessoria da presidência, o corpo de Jango será recebido com honras de chefe de Estado. Os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso estão entre os convidados para a solenidade.
As análises serão realizadas no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, em Brasília. Amostras também serão enviadas a laboratórios estrangeiros. A previsão é que o corpo de Jango retorne ao Rio Grande do Sul em 5 de dezembro. Na ocasião, será recebido no Palácio Piratini, em Porto Alegre, pelo governador Tarso Genro. No dia seguinte, data que marca os 37 anos da morte do ex-presidente, será levado de volta a São Borja.
A força-tarefa para o procedimento de exumação envolve a SDH/PR, por meio da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, a Comissão Nacional da Verdade (CNV), o Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul (MPF-RS), o Departamento da Polícia Federal (DPF), além de contar com a supervisão do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e peritos internacionais da Argentina e Uruguai, sendo que há possibilidade de técnicos cubanos se integrarem aos trabalhos.
A Comissão Nacional da Verdade e o Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul decidiram exumar o corpo do ex-presidente João Goulart em maio deste ano, a pedido da família, que acredita que ele possa ter sido envenenado. Morto no exílio na Argentina em 1976, o laudo oficial afirma que ele sofreu um ataque cardíaco. Entretanto, há suspeitas de que ele tenha sido envenenado por uma cápsula colocada no frasco de medicamentos que tomava para combater problemas no coração. Para a família de Jango, ele teria sido assassinato em uma ação da Operação Condor, aliança entre as ditaduras militares da América do Sul nos anos 1970 para perseguir opositores dos regimes.

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