Eles podem discordar em muitos aspectos e serem os representantes oficiais de grandes rivais em campo, Grêmio e Inter, mas em um tema eles são unânimes: os estádios estão sendo construídos ou adaptados pensando, unicamente, no benefício do torcedor gaúcho, independentemente de servirem de palco para a Copa do Mundo de 2014. Pelo menos foi isso que tanto o presidente eleito do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, Paulo Odone, quanto o presidente do Sport Club Internacional, Vitorio Piffero, deixaram claro durante suas participações no Tá na Mesa da Federasul, dessa quarta-feira, dia 20 de outubro.
Paulo Odone, por sorteio, abriu o evento falando sobre a Arena multiuso do Grêmio, cuja obra iniciou-se em setembro passado e que deverá estar concluída até dezembro de 2012, reunindo um Centro de Atividades e Lazer, para que os torcedores possam utilizar do Complexo durante o dia, antes dos jogos. Segundo ele, a capacidade mínima do estádio será de receber 50 mil torcedores sentados, de acordo com as exigências da FIFA (Federação Internacional de Associações de Futebol) e da UEFA (União Europeia das Associações de Futebol), sendo que a Arena estará habilitada a receber a Copa do Mundo de 2014. “Esse não é esse o objetivo do clube, mas poderemos servir de plano B, para que Porto Alegre não deixe de sediar a Copa e outras chaves importantes”, salientou Odone. “Nossa intenção é de entregar aos torcedores gremistas e para a cidade um estádio mais moderno e funcional”, ressaltou o dirigente eleito, dizendo que a obra deve ter um custo aproximado de R$ 500 milhões e será executada pela empresa OAS. De acordo com Odone, outra vantagem do novo projeto, que conta ainda com hotel, shopping, centro de convenções e residencial, é a localização no bairro Humaitá, na entrada da cidade, uma vez que mais de 50% dos torcedores do Grêmio vêm do interior (Serra, Vale dos Sinos e Vale do Caí).
Por sua vez, Vitorio Piffero falou sobre o quanto as reformas do estádio do Beira-Rio, dentro do projeto “Gigante para Sempre”, vão movimentar a economia gaúcha, argumentando que seriam necessários cerca de R$ 155 milhões só para que o clube atendesse às exigências da FIFA. Além disso, para que o Inter possa oferecer mais de três mil vagas de estacionamento (em cima dos campos complementares), seria preciso mais R$ 55 milhões. E, para que o estádio Gigantinho possa ser transformado numa arena multiuso, o investimento seria de até R$ 40 milhões. “Portanto, precisaríamos para o projeto um montante aproximado de R$ 250 milhões, dos quais apenas R$ 20 milhões teríamos que importar para a aquisição da manta de cobertura, e o restante seria adquirido (ou investido) aqui no estado”, observou. Piffero lembrou ainda que ambos os clubes estão recebendo isenções de impostos por parte dos governos estadual e municipal, como incentivo às obras. Quanto à pergunta que ele mesmo disse que todos queriam saber, garantiu que qualquer um dos doze estádios do País, cotados para receberem a Copa de 2014, poderão deixar de sê-lo. “Só quando tiverem os financiamentos assinados é que haverá a segurança de que estarão prontos até 2014”, ponderou. Atualmente, o clube colorado está avaliando uma forma de dar continuidade ao seu projeto, tendo a possibilidade de conseguir um financiamento do BNDES por meio de um banco, que serviria como agente repassador e assumiria o risco, uma vez que os clubes não podem pegar diretamente esse tipo de financiamento, ou através de uma empresa empreiteira, que faça a obra e garanta à FIFA o estádio pronto em 2012, o que poderia deixar o orçamento inicial do projeto até 50% maior.
Foto: Rosi Boninsegna
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