Durante três meses, as duas se dedicaram às aulas, aprendendo ritmos como vanera, xote, bugio e chamamé, que são muito presentes nos bailes gauchescos.
Maria Eduarda compartilhou que a patronagem do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) conversou com o casal e garantiu que tomaria medidas caso houvesse algum problema em relação à quebra de tradição.
No entanto, elas foram recebidas de forma positiva por todos os membros do CTG. Maria Eduarda, que é proprietária de dois cavalos, afirmou que foram tratadas muito bem.
A orientação que receberam foi de se portarem como qualquer outro casal, seguindo as regras da entidade, como não utilizar chapéu e evitar demonstrações de afeto dentro do CTG.
Durante as aulas, Maria Eduarda desempenha o papel da “prenda”, enquanto Morgana assume o papel do “peão”, inclusive usando a pilcha, o traje tradicional da cultura gaúcha, composto por bombacha, bota, camisa e lenço para os homens.
O casal espera que sua experiência possa abrir portas para outras pessoas que também queiram participar do curso, mas que talvez não tenham coragem devido à tradição que não considera isso como algo normal.
Morgana ressaltou que é algo perfeitamente normal e que foram bem recebidas pelos professores e pelo grupo.
Neri Fachin, patrão do CTG Carreteiros da Saudade, afirmou que a entidade é inclusiva e acolhe a todos, independentemente de credo, raça ou orientação sexual.
Ele destacou a importância de preservar e divulgar a cultura gaúcha, ressaltando que não existe um grupo específico responsável por protegê-la.
Fachin destacou que qualquer forma de preconceito enfraqueceria a cultura e diminuiria sua visibilidade perante a comunidade.
A cerimônia de formatura do curso de danças de fandango está marcada para às 14h, seguida por um baile com o grupo Os Monarcas.
O CTG Carreteiros da Saudade está localizado na Rua Borges de Medeiros, 663, no bairro Bom Sucesso, em Gravataí.
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