Diante de notícias veiculadas na imprensa gaúcha na
semana passada sobre o caso de uma jovem que foi agredida fisicamente por três
pessoas na rua, tendo o corpo riscado a canivete, conforme fotografias
publicadas na mídia, e que registrou a ocorrência junto à autoridade policial; bem
como diante do pronunciamento do delegado de polícia responsável pela
investigação do caso, que afirmou se tratar de um símbolo budista, viemos a
público explicitar nossa posição:
1 - A intenção do budismo é a promoção da cultura
de paz. Nesse sentido, consequentemente, repudiamos a violência em todas as
suas manifestações;
2 – A interpretação dos símbolos budistas é uma
atribuição exclusiva das instituições budistas que não pode nem deve ser
indevidamente apropriada por agentes públicos. No caso em questão, consideramos
que a manifestação do delegado, associando a motivação da agressão a um símbolo
budista, promove uma justificação religiosa que, na forma como foi expressa,
induz indevidamente à violência, sendo um exercício abusivo da sua autoridade
com sérias repercussões danosas ao budismo e à sociedade, induzindo a opinião
pública à errônea interpretação dos fatos.
Assim, consideramos importante uma retratação
pública da autoridade policial e medidas concretas do Governo do Estado em
relação à omissão que vem apresentando no sentido de garantir a segurança da
população no atual quadro de acirramento crescente de casos de violência neste
período eleitoral.
Porto Alegre, 15 de outubro de 2018.
Monge Seikaku (Celso Marques) – membro da ordem Soto Zen - coordenador do Instituto Zen Maitreya
Joaquim Monteiro – ministro do Dharma - Honpa Honganji
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