De
origem genuinamente japonesa, os bovinos da raça Wagyu possuem a carne
considerada a mais saborosa do mundo e também a mais cara. A principal
diferença do Wagyu para outras raças está no alto grau de marmoreio – aquela
gordura entremeada às fibras que dá sabor, suculência e maciez à carne –, além
de um manejo rigoroso e muito específico dos animais. A raça também é
responsável pela produção direta do lendário Kobe Beef, que tem esse nome por
causa da cidade japonesa de onde a raça é originária.
No Brasil, segundo a
Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Wagyu, há cerca de 37
mil animais com a genética Wagyu em todo o país - 30 mil cruzados com outras
raças e aproximadamente 7 mil puros. Mas o interesse dos pecuaristas pela raça
vem crescendo. Presente desde 2012 na Expointer - uma das maiores feiras
agropecuárias da América Latina – este ano, o número de animais inscritos para
a feira praticamente dobrou em relação à edição anterior. Serão 33 animais na
Expointer 2018, contrastando com os 15 inscritos na edição anterior.
No Rio Grande do Sul, um dos
criadores da raça é o pecuarista Marco Andras, que trabalha há 15 anos com
Wagyu e levará para o Parque Assis Brasil 10 animais de raça pura. Entre eles,
animais premiados em outras edições da Feira. Em sua propriedade, na Fazenda
Invernada Santa Fé, em Júlio de Castilhos, região Central do estado, ele cria
tanto animais puros quanto cruzamentos. "Antes trabalhávamos apenas com
Angus, e então fomos introduzindo o Wagyu. Com o tempo, basicamente todos os
animais da fazenda são cruzados com Wagyu, meio sangue, dois terços e alguns
animais puros", comenta o pecuarista que também é gerente de marketing da
Associação Brasileira de Criadores de Wagyu.
Com larga experiência na
criação de Wagyu, o pecuarista explica que para fins de manejo, a raça exige um
cuidado maior que o gado normal, principalmente na questão da alimentação, que
vai resultar na marmorização da carne. Além disso, o Wagyu demora mais tempo
para ficar pronto para o abate, pois ainda precisa de um período de confinamento.
Os animais da raça são abatidos geralmente depois dos 36 meses. Em países como
Japão, Austrália e Estados Unidos o grau de marmoreio requerido é muito alto,
exigindo longos períodos de confinamento. Mas no mercado brasileiro o sistema é
um pouco diferente. "Optamos por um animal mais jovem, o que é uma
novidade em termos de Wagyu. Assim, o animal entra para abate ao redor dos 24
meses, com um grau intermediário de marmoreio, mas uma carne mais saborosa e
também de acordo com o gosto brasileiro", ressalta Andras.
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