Contrária à possibilidade de reeleição e
a favor de um mandato de cinco anos a partir de 2022, a pré-candidata à
presidência da República e ex-senadora Marina Silva (Rede) diz que fará um
mandato de transição caso seja eleita. Sua proposta, apresentada no Tá na Mesa
de hoje, na Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul),
é não partidarizar o governo e enfrentar os problemas estruturantes com
investimentos estratégicos.
Segundo a
pré-candidata, a causa para a crise brasileira atual é a falta de
sustentabilidade ética e política dos governos. “Não estamos nessa situação por
dificuldades técnicas, mas por decisões políticas equivocadas e antiéticas”,
justificou. Para ela, é preciso combater o déficit público e a corrupção,
apostando em um modelo de desenvolvimento sustentável e saudável para os
investimentos.
De acordo com a
ex-senadora, é preciso “refundar a verdadeira República, em que quem manda é a
lei, não os políticos, conforme seus interesses pessoais”. Nessa linha,
criticou também o que ela chama de “condomínio de Alckmin”, pela quantidade de
partidos aliados ao pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB), e a diferença de
fundo eleitoral e tempo de propaganda gratuita entre os concorrentes. “Terei
oito segundos na televisão. Quatro de manhã e quatro de noite. Essa é a
realidade de um país que usa o dinheiro público para privatizar tudo e
beneficiar alguns”, condenou.
Ao ser
questionada sobre a falta de apoio de outros partidos a sua candidatura,
afirmou que “no dia da nossa convenção, vou aparecer com a maior aliança de
todas, que é a de 200 milhões de brasileiros”. Segundo ela, é preciso acabar
com a polarização política e agregar boas ideias ao governo. “Durante o meu
mandato, vou trabalhar com pessoas, com práticas eficientes, não com partidos”,
reforçou ao explicar possível parceria com partidos envolvidos na Lava Jato.
Em relação a
aliança no Estado, com partidos que disputam o Piratini, Marina Silva lembrou
que, em 2014, a Rede apoiou Sartori, mas neste ano vai somente com os
candidatos da proporcional de seu partido.
A reunião-almoço foi
conduzida pela presidente da Federasul, Simone Leite, que reforçou a
importância de ver uma mulher concorrendo ao cargo máximo brasileiro. Destacou
ainda a presença da vice-prefeita de Canoas, Gisele Uequed, ao reafirmar que o
protagonismo feminino é uma necessidade e uma realidade.
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