O Rio Grande do Sul, estado povoado
por diversas etnias, existe uma confluência de traços culturais, que se mesclam
nas comemorações Pascais.
Inúmeras crendices e superstições estão ligadas à Semana
Santa e à Páscoa. Muitas prescrições e proibições são seguidas pelo povo.
Pode-se citar algumas: como a Semana Santa é
tempo de luto pela Paixão e morte de Jesus Cristo, é proibido tocar instrumento
musical, cantar, assobiar e mais ainda dançar.
Na Sexta feira Santa, dia da morte de Cristo
não se deve matar animal, carnear nem ordenhar as vacas. Não se deve comer
carne ou ovos, que devem ser substituídos por peixe. Não se deve usar facas ou
instrumentos cortantes ( o pão deve ser partido com a mão ou cortado na
véspera), homens não devem barbear-se, mulheres não devem pentear os cabelos,
os sinos das igrejas não devem ser repicados, somente se pode usar as matracas.
Antigamente era costume fazer jejum e penitência nestes dias de luto.
É tradicional o costume de colher Macela (o
povo diz marcela) na madrugada de sexta-feira antes do sol nascer. Segundo a
tradição o chá feito com esta erva terá efeitos milagrosos em relação a males
do estomago e intestinos. Esta tradição está ligada a uma lenda segundo a qual
um surto de doenças e males atingiu Jerusalém na época da crucificação de
Jesus. Na sexta-feira alguém colheu a erva e preparou uma infusão oferecendo a
todos os doentes, que logo ficaram curados. Nada prova que foi a macela , mas a
tradição popular perpetuou este costume.
Neste dia é costume virar as imagens de santos
de frente para a parede ou cobri-las com pano roxo, desvirando-as ou
descobrindo-as após a Aleluia.
O povo acredita que durante todo o ano o diabo
fica preso aos pés de Deus, mas na Sexta feira santa ele está solto e é preciso
ter-se muito cuidado para não cair em tentação e cometer pecados graves.
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