Audiência pública conjunta da Comissão de Saúde e Meio
Ambiente e da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia
Legislativa discutiu, nesta tarde , o projeto de lei do deputado federal Jean
Wyllys (PSOL-RJ), que institui o parto humanizado e o combate à violência
obstétrica. Profissionais da saúde, estudantes universitários e representantes
do movimento de mulheres lotaram o Teatro Dante Barone para debater o assunto
com o próprio autor da matéria.
“Consideramos parto humanizado o parto normal e respeitoso. Nossa
proposta reúne as normativas já existentes para conferir ao tema força de
política de Estado. As normas podem ser suspensas ou substituídas a qualquer
tempo, o que não acontece com as políticas de Estado”, frisou Wyllys.
O projeto de lei estabelece os direitos da mulher durante a gestação e
o parto, inclusive nos casos de aborto, as obrigações dos serviços de saúde e
os direitos do feto e do recém-nascido. As regras previstas valem para o
Sistema Único de Saúde (SUS), instituições privadas de saúde suplementar e
filantrópicas. De acordo com a proposta, toda a gestante terá direito de
escolher o tipo de parto, a equipe de acompanhamento e o local onde quer que
ocorra. A grávida também poderá contar com um acompanhante e com a presença de
uma doula, profissional que acompanha a gravidez e o processo de nascimento.
A proposição determina que os profissionais da saúde deverão dar
prioridade à assistência humanizada no nascimento, assegurando interferência
mínima da equipe, métodos não invasivos e utilização de medicamentos e
cirurgias somente quando estritamente necessário. Ao defender o projeto, a
coordenadora da Organização Não Governamental Luz Materna, Fabi Panassol,
argumentou que “mulheres sabem parir e bebês sabem nascer. Precisamos
descomplicar o parto”, sustentou.
Ainda de acordo com a proposta, assim que nascer, o bebê deverá ser
imediatamente colocado em contato com a mãe. Abre-se exceção apenas para
atendimento de emergência, em caso de risco de vida para um dos dois. A mãe
também terá direito de permanecer em contato com seu filho, mesmo que ele
esteja em unidade de tratamento intensivo. Para garantir a prerrogativa de
escolha da mulher, o projeto prevê que a equipe de saúde deverá fornecer a ela
todas as informações sobre gestação, diferentes formas de parto e amamentação.
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