A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e
os Sindicatos dos Jornalistas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, com
apoio dos Sindicatos do Paraná e do Norte do Paraná/Londrina, manifestam
indignação e protesto pela atitude do Grupo RBS que anunciou, nesta
segunda-feira (4), um processo de demissão em massa de 130 trabalhadores,
principalmente do segmento de jornais impressos, ao mesmo tempo em que o seu
presidente, em comunicado aos “colaboradores”, gaba-se do excelente momento
vivido pela empresa. Além de denunciar internacionalmente este ato de
irresponsabilidade, acionaremos a Justiça para assegurar os direitos dos
trabalhadores.
A insensibilidade do Grupo não se manifestou somente no
comunicado feito nesta segunda-feira, mas já vem se verificando há meses, com a
demissão de dezenas de profissionais, muitos deles com mais de 20 anos de
serviços prestados.
Sob o argumento de preservação do seu projeto empresarial, o
Grupo RBS opta, sem qualquer desfaçatez, por desprezar o impacto social de suas
iniciativas e mandar centenas de “colaboradores” para o olho da rua. Ao que
tudo indica, o Grupo caminha aceleradamente para o sonho que alimenta há
tempos: fazer “jornalismo” sem jornalistas e, de quebra, distanciar-se de sua
atividade-fim, fechando jornais e ampliando seu "vínculo" com o
leitor por meio da venda de vinho e cerveja pela internet.
O comunicado do diretor presidente do Grupo RBS aos funcionários
soa como um deboche. Ao enfatizar que a RBS não passa por uma crise financeira,
ele afirma que as 130 demissões são necessárias para buscar maior produtividade
e eficiência, “principalmente na operação de jornais”. Para bom entendedor,
significa ampliar o lucro com a redução de pessoal e sobrecarga de trabalho aos
que permanecerem no quadro de funcionários.
Destaque-se que em nenhum momento o Grupo RBS procurou as
entidades representativas dos trabalhadores para discutir alternativas que
evitassem os cortes de pessoal.
Os quatro Sindicatos de Jornalistas do sul do país estão, neste
momento, em negociação salarial com as empresas do Rio Grande do Sul, Paraná e
Santa Catarina. Nos três estados, o comportamento patronal tem sido semelhante,
marcado pela intransigência, pelo desrespeito e pela desvalorização do trabalho
dos jornalistas. Os patrões espalham o terror, com ameaças e efetivação de
cortes como esses ocorridos no Grupo RBS, buscando desmobilizar a categoria e
obrigá-la a se sujeitar a salários e condições de trabalho aviltantes.
Em repúdio e protesto especialmente contra a demissão em massa
anunciada nesta segunda pelo Grupo RBS, os quatro Sindicatos do sul, sob a
liderança da FENAJ, já organizam um grande ato unitário para as próximas
semanas, reunindo as entidades e jornalistas de toda a região.
A FENAJ, o SINDJORS e o SJSC também já buscam, na Justiça,
reverter as demissões imotivadas, garantir os direitos dos trabalhadores, além
de outras medidas contra a política de terror que se instaurou no Grupo RBS,
principalmente nos últimos meses.
Brasília, 5 agosto de 2014.
Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ
Sindicatos dos Jornalistas do Rio Grande do Sul - SINDJORS
Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina - SJSC
Sindicato dos Jornalistas do Paraná - Sindijor PR
Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná/Londrina
Nenhum comentário:
Postar um comentário