A Procissão de São Cristóvão em Canoas reuniu cerca de dois
mil veículos na manhã de ontem, entre carros, caminhões, ônibus, motos e
bicicletas. A tradicional celebração ocorreu logo depois da missa na paróquia
do Bairro Igara, que teve a participação do prefeito Jairo Jorge e da
vice-prefeita Beth Colombo.
O dia de devoção começou com a missa celebrada pelo
arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, ao lado do padre Vanderlei
Mengue Bock, no Santuário São Cristóvão. Tanto o padre quanto o arcebispo
saudaram a presença do prefeito e da vice na celebração. Em sua mensagem, o
arcebispo comentou que não é preciso pedir muito a Deus. "Basta pedir
sabedoria para conduzir aquilo que nos compete", declarou Dom Jaime.
Durante a missa, as entidades que auxiliaram na realização
da festa receberam uma lembrança com a imagem de São Cristõvão. Entre os
homenageados, estava a prefeitura de Canoas, que também recebeu uma lembrança,
entregue ao prefeito Jairo Jorge.
"É uma mobilização da comunidade nesta homenagem a São
Cristóvão, que é o padroeiro dos motoristas que circulam pelas nossas ruas,
pelo nosso Estado e pelo Brasil, levando riqueza, prosperidade, esperança e
alegria para as pessoas. É um dia de celebrar, de render nossas homenagens a
São Cristóvão e, principalmente, de confraternização de todo o povo",
disse o prefeito.
A
procissão:
Logo depois da missa, começou a procissão, que saiu da
frente do Santuário São Cristóvão, no Bairro Igara, e percorreu a BR-116. Eram
tantos veículos que eles chegaram a tomar conta dos dois lados da rodovia, até
a volta para o Santuário, para a tradicional bênção. À frente de todos os
veículos, estava o caminhão que conduzia Dom Jaime, o padre Vanderlei e a
imagem de São Cristóvão.
Para a realização da procissão, o percurso foi monitorado
por agentes municipais de trânsito e por policiais rodoviários federais. O
trabalho teve ainda o apoio da Guarda Municipal e da Brigada Militar.
As atividades da 57ª edição de Festa de São Cristóvão foram
abertas com o Baile dos Motoristas, realizado no dia 5 de julho. Dentro da
programação, ainda ocorreram a novena, de 18 a 26 de julho, e a 2ª edição da
Motoromaria, no dia 20.
A
história da devoção:
A devoção
a São Cristóvão remonta ao século V, quando um homem chamado Relicto teve
despertado em seu coração a vontade de servir ao rei mais poderoso da história.
Guerreiro forte e temido, Cristóvão - aquele que carrega a Cristo - retirou-se
às margens de um rio para refletir sobre sua caminhada e pôs-se a serviço dos
que precisavam atravessar o rio.
Certa noite, apareceu um menino que precisava realizar a
passagem, e Cristóvão o colocou sobre as costas. Diante do peso cada vez maior
daquele menino, Cristóvão estranhou e perguntou ao menino o motivo pelo qual
ele pesava tanto. Foi então que o menino respondeu que era Jesus e que ele
estava transportando o Criador de todas as coisas, a quem ele desejaria servir,
que era o próprio Deus.
Foi com a Rainha Margarida, no verão de 1905, que São
Cristóvão passou ser conhecido como padroeiro dos motoristas, uma vez que a
rainha o invocara e agarrara junto a si uma medalha do santo, para proteger seu
carro de um atentado, no momento em que a visão da estrada era mínima.
Milagrosamente, o carro parou à beira de um precipício, e ninguém se machucou.
O
Santuário:
Por volta
de 1956, em um posto de gasolina localizado às margens da BR-116, em Canoas,
surgiu entre os motoristas a devoção a São Cristóvão, a partir de uma imagem
colocada no posto e que hoje se encontra em frente ao Santuário. Com a chegada
de cada vez mais moradores, algumas missas passaram a ser celebradas em uma
casa de família, situação que propiciou o surgimento de uma paróquia, criada em
dezembro daquele ano.
De lá para cá, a procissão que saía de Canoas e ia até Porto
Alegre ficou apenas em Canoas, fato que a transformou em uma das maiores do Rio
Grande do Sul.
Fonte:Luiz Roese Secom/PMC
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