A história do Chimarrão, 27 anos depois, está recebendo uma nova tiragem. Desta feita, pela Fundação Cultural Gaúcha, braço dinâmico do Movimento Tradicionalista Gaúcho, que Barbosa Lessa ajudou a criar na década de 80, justamente para fazer este tipo de trabalho. O que nos prova, mais uma vez, a visão de futuro que ele tinha.
A obra, editada pela primeira vez em 1953, a segunda em 1957 e, a terceira em 1986, serviu de documento para outros pesquisadores elaborarem livros voltados para esta área. Barbosa Lessa reuniu documentos, buscou as origens da erva-mate, a ligação desta com os Guaranis, a experimentação do europeu com a nova bebida, a perseguição dos padres jesuítas, até a afirmação como bebida símbolo do Rio Grande do Sul.
O Movimento Tradicionalista Gaúcho agradece a compreensão da família Lessa, dos filhos, da viúva, e patrona dos festejos farroupilhas de 2012, Nilza Lessa, por entenderem a importância que esta obra tem para as novas gerações e permitirem a reedição da história do chimarrão. O Rio Grande agradece.
Quem é Barbosa Lessa :
Luiz Carlos Barbosa Lessa nasceu em Piratini, no dia 13 de dezembro de 1929. Foi folclorista, escritor, músico, produtor de televisão, advogado e historiador.
Escreveu mais de 60 obras, entre contos, músicas e romances. Participou intensivamente do processo de construção do Movimento Tradicionalista Gaúcho, que registrou e difundiu a cultura e as tradições do homem do campo. Em 1948, com 19 anos, junto com um grupo de colegas do ensino secundário criaram o primeiro CTG (Centro de Tradições Gaúchas) da história, definindo as características do que hoje é considerado o típico "gaúcho tradicionalista".
Escreveu uma das teses mais importante do tradicionalismo organizado, em 1954, durante o 1º congresso, em Santa Maria, que reuniu os CTGs existentes na época. A tese: “o sentido e o valor do tradicionalismo”, com elementos que norteiam a existência das sociedades.
Dentre suas obras mais conhecidas destacam-se “Rodeio dos ventos”, um épico sobre como seria vida do povo gaúcho, e “Os guaxos”, pelo qual recebeu prêmio, em 1959, da Academia Brasileira de Letras.
Ao mesmo tempo em que se dedicava à implantação do tradicionalismo, Lessa passou a pesquisar a música regional. Em 1957, criou a popular toada“Negrinho do Pastoreio”, canção é baseada na lenda. Faleceu em Camaquã, no dia 11 de março de 2002.
Fonte:Rogério Bastos Imprensa MTG
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