O dia foi de repouso para o sargento Elso Teixeira, 53 anos de idade e 33 de Brigada Militar. Atingido por uma pedra no rosto após o protesto de quinta-feira, ele sofreu um derrame interno no olho esquerdo e está sendo medicado com cinco colírios diferentes. “Se tiver outro derrame, a tendência é perder a visão”, disse o policial após sair de uma consulta médica.
No momento em que foi atingido, Teixeira – que atua no 26º BPM, em Cachoeirinha – estava na rua Jerônimo Coelho, próximo à Praça da Matriz, onde mais cedo cerca de 4,5 mil pessoas haviam participado de uma manifestação. O policial havia se deslocado até o local após receber um comunicado do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp).
Ao chegar à rua, deparou-se com uma jovem de 14 anos inconsciente. Ela havia sofrido uma parada cardiorrespiratória e desmaiou devido ao gás lacrimogêneo. Conforme o relato do sargento Teixeira, alguns vândalos não estavam permitindo que as equipes de atendimento socorressem a vítima. “Quando chegamos ao local, eu tinha quatro ou cinco escudos que passei para os soldados que estavam lá. Primeiro isolamos o local, porque não estavam deixando chegar nem paramédicos. Fizemos uma linha e começamos a verbalizar com eles, e eles avançando”, relatou Teixeira.
De acordo com ele, algumas pessoas infiltradas no movimento fizeram menção de tirar as armas dos policiais. Para dispersar o grupo, Teixeira fez disparos com uma espingarda calibre 12 com munição antimotim, que não provoca danos físicos. “Usamos um chumbo fino, que nem um grão de arroz. É mais o efeito psicológico, pelo barulho do estampido”, explica.
Em meio a este cenário, Teixeira foi atingido por uma pedra – segundo ele do tamanho de uma laranja –, vinda do lado da Praça da Matriz. O sargento recorda que caiu e foi retirado do local por um colega. Em seguida, uma ambulância da Brigada Militar chegou até o local e levou ele e a adolescente para o Hospital de Pronto-Socorro (HPS). O sargento recebeu alta na mesma noite, mas foi atendido novamente nesta sexta-feira.
Casado e pai de uma adolescente de 17 anos, Teixeira está confiante na recuperação. Para que isso ocorra, segue a recomendação médica de permanecer em repouso absoluto. Mas já pensa na volta à ação no Patrulhamento Tático Móvel (Patam) em sua cidade, onde atua no policiamento bancário e em vilas. “Calculo que, se tudo correr bem, em 15 a 20 dias estou de volta”, afirma.
Fonte:C.P
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