Juramento do Jornalista

Juro exercer a função de jornalista assumindo o compromisso com a verdade e a informação. Atuarei dentro dos princípios universais de justiça e democracia, garantindo principalmente o direito do cidadão à informação. Buscarei o aprimoramento das relações humanas e sociais,através da crítica e análise da sociedade,visando um futuro mais digno e mais justo para todos os cidadãos brasileiros.

Marcha das Vadias

Porque esse nome: Vadia?
Segundo a ONU, calcula-se que, em todo o mundo, uma em cada cinco mulheres se tornará uma vítima de estupro ou tentativa de estupro no decorrer da vida. Em 65% dos casos de violência sexual, o estuprador era um parente ou conhecido da mulher. A cada dia, em média, 2.175 mulheres telefonam para o 180 denunciando que são vítimas de violência. Em 89 % dos casos, o agressor é o companheiro ou ex-companheiro da mulher. 50% das vítimas dizem estar correndo risco de morteO Brasil é o 7º país no ranking mundial de homicídios de mulheres, segundo o Conselho Nacional de Justiça. No início de Maio 07 mulheres foram vítimas de Violência seguido de Femicídio (morte de mulheres em razão do sexo feminimo) no Rio Grande do Sul.
Em janeiro de 2011, a Universidade de Toronto registrou muitos casos de abuso sexual em mulheres no Campus. Depois dos acontecimentos, um policial orientou como medida de segurança que “mulheres evitassem se vestirem como vadias para não serem vítimas”. Depois disso, 3.000 pessoas foram às ruas no Canadá protestar contra a culpabilização de mulheres envolvidas em episódios de violência sexual. Assim, nasceu o movimento internacional Slut Walk (em português Marcha das Vadias) que rapidamente se espalhou por dezenas de cidades no mundo. Por que usar o termo vadia? É uma forma de resignificar o termo e expor os preconceitos, machismo e moralismo que estão embutidos nele. “Vadia” é um termo usado de forma pejorativa para criticar somente mulheres (homens não são considerados vadios!) e constrangê-las a assumir um papel de gênero bastante restritivo e outra, Feminismo não é o contrário de machismo. Quem é feminista luta por igualdade de gênero. Este ano a 3ª Edição da Marcha das Vadias de Porto Alegre, foi realizada no dia 26/5, no Parque da Redenção e pediu o Fim da Violência Contra a Mulher, e neste ano reuniu mais de 3.000 pessoas entre: homens, mulheres, crianças, adolescentes, gays, lesbicas e simpatizantes da causa. Marchamos por um mundo melhor, pela Liberdade sexual, pelo fim da violência contra a mulher, contra a cultura do estupro a favor do aborto, pela liberdade da mulher poder se vestir como ela quer, contra o machismo, racismo, homofobia e contra a mercantilização de nossos corpos. Aos machistas um aviso: muitas mulheres já mudaram e muito nossa história através de suas lutas e organização. Graças a milhares que lutaram antes de nós, hoje podemos votar e ser votadas, estudar, trabalhar, usar minissaia, tomar pílula anticoncepcional (ainda que faltem direitos reprodutivos para as mulheres, sendo o aborto um dos principais problemas de saúde pública e a quinta principal causa de mortalidade materna no país). Mas ainda temos enormes desafios e a “marcha” das mulheres e homens esclarecidos passará por cima do preconceito de vocês. como diz o grito de guerra da marcha: “Se ser livre é ser vadia, somos todas vadias!”.

Carina Trindade, Militante Feminista, e Participante da Marcha das Vadias de Poa desde 2012

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