Em uma sessão especial que se estendeu por aproximadamente 13 horas, a Câmara Municipal de Canoas aprovou, na noite desta segunda-feira , a cassação do mandato do vereador Giovanni Rocha por improbidade administrativa.
A votação teve placar expressivo: 19 dos 21 parlamentares votaram a favor da perda do mandato, após parecer da Comissão Processante (CP) instalada para apurar as denúncias.
A decisão, considerada inédita na história da cidade, foi marcada por momentos de tensão, com diversos pedidos de recesso e protestos por parte de apoiadores do vereador, que levaram faixas e ocuparam as galerias do plenário durante os debates.
As investigações que culminaram na cassação tiveram início em fevereiro, a partir de uma denúncia protocolada pelo advogado Jairo Wilson Oliveira Silveira. Segundo o relatório da Comissão, três servidores lotados no gabinete de Giovanni Rocha estariam recebendo salários como assessores parlamentares, sem, no entanto, desempenhar efetivamente suas funções. Ainda conforme o documento, os mesmos estariam atuando em uma ONG do município, a "SOS – Casa da Acolhida", presidida pelo marido do vereador, o que configuraria desvio de função e conflito de interesses.
A Comissão Processante responsável pela condução do processo foi formada pelos vereadores Gabriel Constantino (PT), Aloísio Bamberg (PSDB) e Rodrigo D’Ávila (Novo), escolhidos por sorteio.
Após a análise das provas e da defesa apresentada, a CP emitiu parecer favorável à cassação, que foi referendado pelo plenário da Casa.
Giovanni Rocha, eleito com 2.459 votos, perde o mandato e deve ser substituído pelo suplente Patetta (PSD).
Apesar da decisão do Legislativo, o agora ex-parlamentar já anunciou que pretende recorrer judicialmente para tentar reverter a cassação.
A cassação de Giovanni Rocha representa um marco na política local e abre precedente importante sobre a fiscalização do uso de recursos públicos e a conduta ética de agentes políticos em Canoas.
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