A colheita de trigo no Rio Grande do Sul sinaliza bons indicadores para
quem apostou no cereal nesta temporada. Na avaliação da Federação das
Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul, mesmo com questões
climáticas adversas em algumas regiões durante o período de formação das
lavouras, a produção deverá superar o ano passado e os preços devem ser
atrativos para os produtores devido ao enxugamento de oferta pela antecipação
de vendas.
Conforme o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, a colheita em áreas
mais quentes, como as regiões de Santa Rosa e das Missões, já está em
andamento, com variação de produtividades e qualidades principalmente em função
da geada. Analisa que a perspectiva de produtividade é boa apesar de que
em alguns locais tivemos registro de chuvas excessivas, ventos e até granizo
pontual em algumas localidades. "Existem algumas regiões que foram
prejudicadas com a geada no final de agosto. Mas será uma safra que se
compararmos com a de 2017, é uma safra com perspectiva melhor tanto de produção
quanto de preço", destaca.
Pires reforça que já foram comercializadas em venda futura cerca de 500
mil toneladas de trigo em uma previsão de colheita entre 1,8 milhão e 2 milhões
de toneladas, se não houver problemas climáticos, e isso deve garantir
rentabilidade tanto para quem apostou no trigo para exportação quanto no cereal
para a indústria moageira. "Com isso, cerca de 25% da produção já foi
comercializada, o que vai enxugar a oferta e tornar o mercado interno mais
atrativo para quem tiver trigo na qualidade que os moinhos exigem",
observa.
A FecoAgro/RS vem trabalhando juntamente com a Embrapa Trigo, de Passo
Fundo (RS), em alternativas para o cereal, com o objetivo de fomentar o mercado
de exportação em conjunto com a redução de custos das lavouras. No segundo ano
do estudo, a variação da redução de custos verificada ficou entre 8,98% e
24,3%. No primeiro ano, a redução máxima foi de 18,7%. O projeto foi
desenvolvido em campos experimentais da Coopatrigo, em São Luiz Gonzaga, da
Cotricampo, em Campo Novo, da Cotrirosa, de Santa Rosa, e da Cotripal, de
Panambi, além de uma área da Embrapa em Coxilha.
Foto: FecoAgro-RS/Divulgação
Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective
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