O Tá na Mesa de
ontem, foi o palco do segundo debate entre os candidatos ao Piratini no segundo
turno dessas eleições. Promovido pela Federação de Entidades Empresariais do
Rio Grande do Sul (Federasul), o encontro deu espaço para a apresentação das
propostas de Eduardo Leite (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB), que aproveitaram
para tecer críticas um ao outro. Entre os temas selecionados pela Federasul:
dívida com a União, privatizações, concessões, infraestrutura, segurança e
burocracia.
Ao responder sobre
a inexistência de recursos para tirar o Estado da crise, Leite argumentou que é
preciso romper com o avanço vegetativo dos órgãos públicos, promovendo reformas
na máquina e na carreira pública. “Nossa proposta é criar uma agenda de desenvolvimento,
que inclua concessões e infraestrutura. Acho importante aderir ao Regime de
Recuperação Fiscal, mas para recuperar o estado é fundamental avançarmos também
na economia, senão estaremos só adiando o problema”, defendeu.
Em relação a
privatização das estatais, o candidato do PSDB disse que os únicos órgãos a
serem privatizados devem ser a CEEE, a CRM e a Sulgás, devendo a EGR ser
extinta, porque “é um erro. O Estado não pode operar as rodovias, deve apenas
fiscalizar”, defendeu. A proposta de Leite para as estradas é a promoção de
concessões, a partir de uma gestão profissionalizante, e a diminuição da
burocracia.
Aproveitando a
deixa do candidato tucano, que mais de uma vez comparou o RS com outros
estados, José Ivo Sartori observou que esses lugares têm histórico de
reeleição. “Todos esses governos tiveram continuidade e puderam concluir o
trabalho que começaram”, explicou. O emedebista lembrou que seu grande
diferencial é ter domínio sobre a situação do Rio Grande do Sul. “Eu conheço a
nossa realidade. Sei os desafios que teremos pela frente e de onde tirar o
dinheiro”, alfinetou, ao explicar que, durante seu governo, conseguiu
renegociar a dívida com a União. “Reduzimos os juros, prolongamos o prazo para
pagamento, negociamos com dois governos presidenciais e agora queremos garantir
a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal”, defendeu.
De acordo com
Sartori, o momento pede cautela e trabalho, como foi no caso da dragagem do
porto de Rio Grande, que teve, em setembro, a maior movimentação da história do
complexo portuário. “Trabalhamos por três anos para conseguirmos a licença do
Ibama e alcançamos isso do nosso jeito, sem arrogância, com simplicidade e no
tempo certo”, rebateu à crítica de Leite sobre a demora de seus projetos. Ainda
falando sobre questão de tempo, comentou que as privatizações estão na pauta da
Assembleia Legislativa desde 2016, quando foram enviados projetos para serem
votados. “Nós fizemos a nossa parte. Trabalhamos pelo melhor do Rio Grande do
Sul. Não podemos fazer tudo. Quem quer mudar tudo, não muda nada”.
Para a presidente
da Federasul, Simone Leite, mediadora do debate, o encontro deixou claro as
boas propostas de cada candidato para o Rio Grande do Sul e lembrou que
desburocratizar continua sendo uma das principais pautas defendidas pela
entidade.
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