Uma noticia que para o jornalista Cauê
Nascimento é difícil de participar aos leitores, devido a sua amizade e por ter
sido aluno do falecido.
Mas não se pode deixar de informar a
quem nos prestigia com a leitura de nosso site.
Morreu
nesta noite, em Porto Alegre, um dos expoentes da cultura tradicionalista do
Rio Grande do Sul. O historiador e folclorista Antônio Augusto Fagundes,
respeitado tanto pelo trabalho como poeta quanto de estudioso da alma e das
tradições gaúchas, tinha 80 anos.
Mais conhecido como Nico, nos
últimos anos enfrentara uma série de problemas de saúde – um derrame, em 2000,
e uma infecção que chegou a deixá-lo em coma, em
2010. O autor da célebre letra do Canto Alegretense nasceu em Alegrete em 4 de
novembro de 1934 – município que homenagearia com a composição, um dos hinos da
música regionalista.
Chegou a Porto
Alegre aos 20 anos e rapidamente se enturmou com os fundadores do Movimento
Tradicionalista Gaúcho (MTG). Inicialmente, atuou como poeta e divulgador da
obra de, entre outros, Aparício Silva Rillo e Jayme Caetano Braun.
Depois de
formar-se advogado – Teixeirinha, Gildo de Freitas e outras personalidades
ligadas à cultura regional foram seus clientes –, Nico se especializou em
História do Rio Grande do Sul e fez Mestrado em Antropologia Social. Dedicou-se
a pesquisar a formação, a identidade e os costumes típicos do Sul, levando-os a
conhecimento do público por meio de livros, canções e, sobretudo, graças a sua
atuação nos meios de comunicação.
Nico foi um dos mais importantes expoentes
da cultura gaúcha, compositor de clássicos como “Origens” e “Canto
Alegretense”. Ele também se notabilizou por apresentar o programa “Galpão
Crioulo”, da RBS TV, por cerca de 30 anos, até 2012, quando a atração passou ao
comando de seu sobrinho, Neto Fagundes e de Shana Muller.
"E na hora derradeira que eu mereça
ver o sol alegretense entardecer
como os potros vou virar minha cabeça
para os pagos no momento de morrer.
E nos olhos vou levar o encantamento
desta terra que eu amei com devoção
cada verso que componho é o pagamento
de uma dívida de amor e gratidão."
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