Restos
mortais do escritor espanhol Miguel de Cervantes, autor do clássico Dom
Quixote, foram encontrados na cripta de um convento de Madri, um ano depois do
início de sua busca, anunciou hoje a equipe responsável pela busca.
Em definitivo e à vista de toda a informação
gerada no caso de caráter histórico, arqueológico e antropológico, é possível
considerar que entre os fragmentos da área localizada no solo da cripta da
atual igreja das Trinitárias se encontram alguns pertencentes a Miguel de
Cervantes – disse o antropólogo Francisco Etxeberría, coordenador da
equipe.
Cervantes é um dos principais escritores espanhóis e é
conhecido mundialmente pela sua obra-prima Dom Quixote – um clássico da
literatura ocidental. Ele morreu em 1616, aos 68 anos.
Confirmação:
Etxeberría reconheceu que não foi possível rastrear
indícios dos ferimentos sofridos pelo escritor na batalha de Lepanto. Na
batalha naval de Lepanto, em que a Santa Liga formada por Espanha, Veneza e a
Santa Sé venceu os turcos em 1571, Cervantes foi ferido no peito e na mão de
esquerda por um arcabuz. O ferimento deixou sua mão esquerda inutilizada e
o autor passou a ser chamado de "o manco de Lepanto".
– Não conseguimos verificar esta circunstância porque o
nível de conservação do osso não permitiu, não conseguimos descobrir nenhum
sintoma de patologia traumática – disse o antropólogo.
– Todos os membros da equipe
estão convencidos de que temos entre estes fragmentos algo de Cervantes, mas,
no entanto, não posso dizer em termos de certeza absoluta. As coincidências e
as não discrepâncias da articulação e dos elementos de caráter histórico,
antropológico e arqueológico nos levam a considerar que ali estaria Cervantes
em termos razoáveis – acrescentou.
Apesar da boa conservação dos restos mortais para exames de DNA, a única
descendência atual da família de Cervantes procede de seu irmão Rodrigo.
– E depois de 12 gerações, o DNA
que poderia ter em comum com Cervantes é mínimo – já havia afirmado o
historiador Fernando de Pardo.
Fonte:AFP
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