Os prejuízos causados após os três últimos protestos em Porto Alegre são estimados em quase R$ 3 milhões. A projeção é resultado dos levantamentos do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) da Capital e da Prefeitura Municipal, divulgados hoje.
Desde o início das mobilizações populares, um grupo de vândalos tem sido responsável por ataques a prédios públicos e privados, agências bancárias e estabelecimentos comerciais na região central da Capital. Conforme o Sindilojas, além das perdas de cerca de R$ 2 milhões aos comerciantes, há estimativa de queda de 60% no faturamento, já que as lojas são obrigadas a fechar mais cedo em dias de manifestações.
Após tantos danos, o governo do Estado deve ser acionado pelo Sindilojas. Conforme o presidente da entidade, Ronaldo Sielichow, uma reunião realizada nesta terça-feira com onze representantes de todos os segmentos do varejo, discutiu alternativas para minimizar os impactos negativos. “Reconhecemos a legitimidade das manifestações pacíficas e as depredações são causadas por uma minoria desconectada das causas apoiadas. No entanto, são necessárias ações do governo do Estado que inibam o vandalismo. Os protestos colocam em risco a segurança da população e prejudicam a economia do Estado e do município”, explicou.
Um documento assinado pelas entidades com reivindicações será entregue ao governador Tarso Genro nos próximos dias. O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Helenaldo Barbosa, também lamentou os atos de vandalismo, principalmente contra estabelecimentos da rua João Alfredo, na Cidade Baixa.
Já o prejuízo aos cofres públicos chega a cerca de R$ 895 mil com os últimos protestos. Segundo o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), 28 contêineres de lixo foram vandalizados - sendo que 17 foram queimados. Além disso, semáforos e placas de sinalização foram depredadas, causando perdas estimadas em R$ 3 mil.
Lojistas e empresários avaliam danos:
Logo nesta manhã começaram os trabalhos de avaliação e reconstrução. Lojistas da rua Doutor Flores, no Centro, foram um dos mais prejudicados. A loja Multisom foi fechada para o trabalho de rescaldo. Segundo o supervisor Miro Schinoff, todos os telefones celulares, aparelhos de som e instrumentos musicais da loja foram roubados. Somente ali, o prejuízo é de aproximadamente R$ 300 mil. “A ação dos vândalos durou cerca de dez minutos. O que não foi levado foi destruído”, lamentou.
Nas Lojas Colombo, o gerente Giovani Rambo projetou o dano financeiro em cerca de R$ 30 mil. Do estabelecimento comercial, foram furtados aparelhos de televisão e notebooks. Segundo ele, o Batalhão de Choque conseguiu prender vândalos carregando as televisões logo após o ataque. Na loja Ponto Frio, foram roubados mais de dez aparelhos televisivos.
Na rua João Alfredo, na Cidade Baixa, o proprietário do Woodoo Lounge, Tiago Faccio, informou que os vidros do bar foram quebrados. “O prejuízo maior é quando somos obrigados a ficar fechados em função da depredação”, destacou. “Todos tem direito de protestar. O que não pode acontecer são os atos de vandalismo”, acrescentou. No mesmo bairro, nem o telecentro comunitário, localizado na sede da Secretaria Municipal da Juventude (SMJ), foi poupado. Ali os danos calculados são estimados em R$ 9 mil.
Fonte:C.P
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