O especialista em estudos islâmicos de Al-Azhar, a universidade mais prestigiada entre os sunitas, Abdel Moti Bayumi, assegurou nesta segunda-feira que lançar um corpo ao mar contradiz a "sharia" (lei islâmica).
Bayumi fez este pronunciamento após ser divulgado pelos Estados Unidos que o corpo do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, morto por forças especiais norte-americanas no Paquistão, foi lançado ao mar, o que teria sido feito de acordo com a tradição islâmica, segundo relatou a imprensa americana.
O especialista do Centro de Estudos de Al-Azhar explicou à Agência EFE que a sharia só permite em poucos casos que se enterre os mortos atirando-os ao mar, como por exemplo se a morte ocorrer em um navio e o corpo correr o risco de apodrecer.
"Parece que (os americanos) têm outros pretextos ou outros motivos que os fizeram temer que o túmulo fosse transformado em um lugar de peregrinação, mas este pretexto não é suficiente", ressaltou Bayumi.
As fontes oficiais americanas indicaram que as práticas islâmicas requerem que o corpo seja enterrado nas 24 horas posteriores à morte e que, portanto, a decisão foi tomada devido ao fato de que encontrar um país disposto a sepultar o terrorista seria uma missão muito complicada.
Este ato seria uma nova transgressão dos EUA à "sharia", segundo Bayumi, que explicou que a maneira como o corpo é enterrado não afeta o julgamento divino e a punição do morto, mas a forma escolhida vai perturbar seus seguidores, que terão outro motivo para se vingar dos EUA e seus aliados.
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