A região não foi escolhida à toa. É nestes quadrantes que os agentes localizaram recentemente o maior número de mosquitos da espécie Aedes Aegypt e suas larvas. O mapeamento para o trabalho de mutirão foi feito pelo processo de georeferenciamento. A parir de imagens de satélites, fornecidas pelo Instituto Canoas XXl, a coordenação dos trabalhos consegue identificar pontos onde proliferam matas e até mesmo grandes aglomerações de água.
Na tarde desta quarta-feira, 23, a diretora da Vigilância em Saúde, Judith Vasconcelos, percorreu a região, a fim de verificar o mapeamento e preparar as ações do mutirão.
A prefeita em exercício, e secretária municipal da Saúde, Beth Colombo, salienta que as visitas, além de reforçar a orientação contra a dengue nas residências já visitadas, irá estar focada nas casas em que durante a semana,. Os visitadores não conseguiram acesso, por estarem fechadas. “Queremos que a população acolha o agente, que irá visitar a região não com o objetivo de fiscalizar, mas de orientar contra a transmissão da dengue”, disse.
Além do bairro Estância Velha estão positivados com a presença do mosquito Aedes Aegypt os bairros Niterói, Nossa Senhora das Graças e Centro e que recebem atenção especial do Setor de Endemias. Apesar da presença do mosquito transmissor, não existe a circulação do vírus da dengue na cidade.
SETE DIAS:
A água limpa e parada, mesmo em pequenas quantidades, é o principal inimigo da população em épocas de alerta contra a dengue. O aviso é da Vigilância em Saúde, responsável pelo Setor de Endemias, onde atuam os agentes na prevenção da doença em Canoas.
Para se ter idéia da rapidez do processo de proliferação do mosquito Aedes Aegypt, transmissor do vírus da dengue, num período de apenas sete dias, a os ovos do inseto passam de larva a fase adulta, prontos para um novo ciclo de proliferação.
REPRODUÇÃO:
A bióloga Mariana Wildi, supervisora de campo de endemias da Vigilância em Saúde, observa que ao contrário do que muitas pessoas pensam, a reprodução do mosquito transmissor da dengue acontece apenas em água considerada limpa. “O Aedes Aegypt não sobrevive em valos, por exemplo, mas sim em locais comuns, como potes de flores, vasilha de água para cachorro, casca de ovo, papel de bala, tampa de garrafa, ou seja, qualquer objeto onde a água possa estar acumulada é local de risco para a proliferação do inseto”, disse.
AGENTES MIRINS:
As ações de prevenção à dengue na cidade tem o reforço de pelo menos 300 agentes mirins de endemias. O projeto é desenvolvido pela Diretoria de Vigilância em Saúde desde 2009 e tem por objetivo organizar batalhões de agentes mirins nas escolas do município e entidades de atenção às crianças, para por meio de cursos, concursos e ações preventivas de fiscalização do meio ambiente possam divulgar no interior das famílias às boas práticas para a saúde. O projeto conta com a parceria das escolas, professores e diretores, e é desenvolvido pelos agentes de endemias nos quatro quadrantes da cidade.
NÚMEROS COMBATE À DENGUE EM CANOAS:
As ações realizadas no município para a identificação de possíveis focos do mosquito transmissor da dengue são em total de cinco, e praticamente abrangem toda a área de Canoas, de 131 km quadrados.
- Armadilhas : são feitas com um pedaço de pneu de motocicleta, contendo água, e que é monitorado a cada sete dias pelos agentes de endemias. São colocadas onde é grande a suspeita da existência do mosquito.
- Pontos Estratégicos, ou PEs : são locais monitorados quinzenalmente, e incluem ferros velhos, floriculturas, cemitérios e transportadoras (o mosquito pode chegar até a cidade em alguma caixa ou no baú de algum caminhão), por isso, a orientação é constante.
- Levantamento de Índice Rápido (LIRA): as equipes percorrem quadras em diferentes bairros para amostragem em imóveis, somente em novembro passado foram vistoriados 3,5 mil imóveis.
- Levantamento de Índice com Tratamento Mecânico, eliminação contínua de possíveis criadouros de larvas (potinhos, latas, etc) a partir da constatação de suspeita de foco.
- Delimitação de foco: quando é constatado a suspeita de um foco, uma área de 300 metros em torno do local é inspecionada, e tem 100% dos imóveis vistoriados.
Fonte:Jesiel B. Saldanha Secom/PMC
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