Juramento do Jornalista

Juro exercer a função de jornalista assumindo o compromisso com a verdade e a informação. Atuarei dentro dos princípios universais de justiça e democracia, garantindo principalmente o direito do cidadão à informação. Buscarei o aprimoramento das relações humanas e sociais,através da crítica e análise da sociedade,visando um futuro mais digno e mais justo para todos os cidadãos brasileiros.

Discurso de despedida de Giovani Cherini na presidência da ALRS

Volto mais uma vez a esta tribuna, não para uma despedida, mas para UM AGRADECIMENTO.
Há 16 anos, quem aqui fazia seu discurso de estréia era o educador que os caminhos do destino afastaram do meio cooperativista e converteram em aprendiz de político. Hoje, vencida uma etapa desse aprendizado, sinto a emoção de deixar a Casa onde me fiz plena e orgulhosamente político. E com o diploma de deputado federal que o povo generosamente me concedeu, venho à presença dos meus colegas dizer do fundo do coração: MUITO OBRIGADO!
Dos mais de 600 pronunciamentos realizados nesta Casa ao longo de minha vida parlamentar, hoje quero inverter a lógica das minhas falas.
Desejo agradecer a todas as pessoas que passaram pela minha vida política, contribuíram com ela e souberam dar-lhe projeção e grandeza. Agradeço aqueles que me assessoraram, indicando os melhores caminhos a seguir.
Agradeço aos membros da Mesa Diretora pela convivência e pelo compromisso compartilhado neste ano, aos líderes de bancadas e a todos os parlamentares desta Casa pela convivência pacífica e pela confiança depositada durante meu mandato. Em especial, à Bancada do PDT que, em mim acreditando, indicou-me para representar o partido na presidência da Casa.
Agradeço profundamente também aos superintendentes, aos diretores, aos coordenadores, aos órgãos e setores vinculados à Mesa e à Presidência, ao chefe do meu gabinete e toda a equipe da presidência, do Forum Democrático, bem como a todos os servidores desta Casa pela dedicação e pela prestimosa contribuição de cada um.
Tudo o que conseguimos foi obra do esforço, da dedicação e do comprometimento de cada parlamentar e de cada servidor desta Casa.
Agradeço a todos os sonhadores.
Agradeço por ter tido a oportunidade de apresentar mais de 680 Projetos de Lei e ter aprovado 101 leis nesta Casa. Iniciativas aprovadas aqui, e, por serem benéficas ao povo, hoje se encontram tramitando em praticamente todos os parlamentos do Brasil.
Agradeço aos que votaram a favor das minhas propostas, e aos que as rejeitaram, porque estamos em uma democracia e em pleno Estado de Direito. Agradeço a minha eleição em 1994, com 18.975 votos; em 1998, com 38.691 votos; em 2002, com 55.185 votos, e, em 2006, com 64.523 votos. E também aos 111 mil votos recebidos em 2010.
Agradeço a oportunidade recebida: poder dirigir esta Casa até o dia de hoje. Lembro aqui a frase proferida no meu discurso de posse ocorrido no dia 30 de janeiro de 2010. Naquela oportunidade iniciei com um pensamento de Mahatma Gandhi que faço questão de repetir agora: “Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova.”
CREIO QUE ESTAMOS FAZENDO UMA HISTÓRIA NOVA... Afirmo sem medo de errar que construímos uma nova história desta Casa. Fizemos dessa Casa a Casa da Cooperação. O Rio Grande virou o estado da Cooperação. O Rio Grande compreendeu melhor o que é COOPERAR.
Cooperar é pacificar. Segundo o Dicionário, significa aliviar, atenuar, congraçar, harmonizar, reconciliar, serenar, sossegar, tranqüilizar.
Por isso, não tenho dúvidas de que o nosso Estado vive um novo momento político depois de COOPERAÇÃO: O RIO GRANDE ACIMA DAS DIFERENÇAS. OS ELOS DA INTEGRAÇÃO FIZERAM A DIFERENÇA. Eu falo de pessoas.
E por falar em pessoas, quero agradecer as mais de 700 pessoas presentes no evento final do Programa Cooperação realizado no Teatro Dante Barone, no dia 26 de janeiro, com a OCERGS, e a participação de cooperativas, cooperativistas, Poder Executivo, Ministério Público, Tribunal de Justiça e Tribunal de Contas. Realizamos um evento a altura da COOPERAÇÃO, prestando homenagens a 41 cooperativas e entidades que se destacaram no setor cooperativista consolidando o programa de gestão desta Casa. Mostramos a pujança do cooperativismo gaúcho.
Para isso precisamos de muito pouco. Basta uma ação positiva. É como atirar uma pedrinha no lago. O impacto causará uma revolução na água fazendo com que ondas circulares se propaguem pela superfície da água. As ondas se quebram apenas quando encontram alguma barreira. A nossa tarefa enquanto político é quebrar estas barreiras e fazer com que as resistências diminuam cada vez mais.
Isso é o que eu chamo de energia vibracional. Aquela que atua em corrente, através de elos, irmanando as pessoas em torno de objetivos comuns, neste caso, o de cooperarem umas com as outras.
A cooperação traz FELICIDADE.
Senhor presidente.
A FELICIDADE DAS PESSOAS ESTÁ NAS SUAS PRÓPRIAS MÃOS, E CABE A NÓS, POLÍTICOS, DESENVOLVERMOS FORMAS PARA QUE NUNCA ACABE.
O sonho de um emprego, da casa própria, da água tratada, de uma boa escola, da rua calçada, saúde, o lazer, o trabalho, a segurança, previdência social, políticas públicas, a democracia... Os pensadores gregos já estabeleciam a democracia como uma forma de definir a felicidade.
FELICIDADE Senhor PRESIDENTE.
As pessoas querem ser felizes.
Quem pode oferecer tudo isso? O Estado. Seus dirigentes. Portanto, nós políticos. Nós temos parte nisso. E a cooperação é um dos caminhos da FELICIDADE. Quem coopera vive melhor, portanto, é FELIZ. SOU UM HOMEM FELIZ. Por isso não me canso de agradecer.
Quero agradecer os 54 deputados e dizer de meu orgulho de ter dirigido este Parlamento. Agradeço a todas as bancadas, indistintamente, e a todos os assessores e membros pela compreensão e pelo apoio. Agradeço aos servidores do Legislativo. Aos diretores, coordenadores, funcionários e estagiários, meu reconhecimento.
Agradeço aos servidores terceirizados, do cafezinho, da água, dos elevadores.
Agradeço aos Cargos de Confiança. Aos jornalistas que cobriram esta Casa, colunistas, blogueiros, jornais, rádios, TVs.... Os elogios nos animaram e a críticas serviram para buscar novos rumos.
AGRADEÇO e dedico a GESTÃO da Cooperação alguns resultados positivos.
Cooperação, associativismo e responsabilidade social, pilares que nortearam as ações no Parlamento gaúcho em 2010 e neste pedacinho de 2011.
Não considero utopia ter lançado as sementes para a construção de um Rio Grande acima das diferenças. Criamos um novo cenário político que se descortina para os gaúchos, o que não teria sido possível sem o aprofundamento das relações com os demais Poderes e com as diversas representações da sociedade. Esta interligação com as diversas instâncias pautou as ações da Presidência durante todo o ano. O Palácio Farroupilha foi palco de inúmeras audiências com servidores públicos, empresários e comitivas de diversos rincões do Estado. Esta Casa atuou como mediadora nas negociações salariais e de planos de carreira do funcionalismo público.
Entre as instituições que tiveram o Plano de Cargos e Salários aprovados ou sofreram mudança, é bom dizer, depois de muitas negociações, podemos citar, a FEPAGRO, DAER, Fundação Zoobotânica, Porto de Rio Grande, Secretaria dos Transportes, Fundação de Proteção Especial. Também ajudamos a Criar do Quadro de Técnico de Nível Médio beneficiando todos os Técnicos Agrícolas e Industriais que trabalham no serviço Público Estadual.
Intermediamos importantes acordos entre o Governo estadual e categorias de classe. Cito o Projeto de Reajuste da nossa Brigada Militar, entre tantos.
Além disso, para maior aproximação com as comunidades do interior, a Assembleia Legislativa se fez presente em iniciativas que promovem os valores e tradições do Rio Grande do Sul, participando de feiras e exposições.
Em 2010, o Parlamento gaúcho realizou 115 sessões plenárias, nas quais foram apreciadas 410 roposições, sendo 295 projetos de lei. Realizamos mais 400 audiências.
Cumprimos o exercício pleno do dever constitucional de propiciar o equilíbrio e harmonia entre os poderes, uma vez que no inicio de sua gestão o Estado encontrava-se conflagrado e não havia interlocução entre os poderes.
Promovemos reuniões para debater a questão do endividamento das cooperativas agropecuárias, conseguindo suspender os leilões de bens e aprovar o AJUSTAR-RS que as beneficiou. Medidas administrativas implementadas em nossa gestão buscaram modernizar a Casa, trazendo mais segurança na aplicação dos recursos públicos. A partir da formalização de um convênio com o Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP), com vistas à execução do projeto Modernizando a Gestão da Assembleia Legislativa (MGA), houve significativa redução de despesas. A meta de atingir ganho de R$ 3,5 milhões nos 14 meses do convênio, até outubro de 2011, poderá chegar a R$ 5 milhões. Até novembro, a economia foi de R$ 2,7 milhões, a partir da otimização de despesas em áreas como as da informática, comunicação, serviços de terceiros, viagens e estadas, material de consumo, utilidades e transportes.
“Os números, considerando o curto espaço de tempo, fazem do projeto o melhor case em execução”
REPITO:
“Os números, considerando o curto espaço de tempo, fazem do projeto o melhor case em execução”
Palavras do presidente do Conselho Superior do PGQP, Jorge Gerdau Johannpeter, referindo-se claro, aos resultados já obtidos com o nosso Programa de Qualidade em relação a outras instituições e empresas que contrataram o Programa.
O espírito de cooperação prevaleceu sempre no momento da negociação de matérias polêmicas. Atuamos como mediadores em questões que envolveram trabalhadores, órgãos públicos, entidades e empresários. Iniciamos a construção da Casa da Expointer, cujas obras devem ser finalizadas até o final de fevereiro. Com este espaço permanente a Assembleia Legislativa se aproxima ainda mais do setor primário gaúcho.
Ainda no âmbito interno, implantamos o Sistema Integrado de Gestão de Recursos Humanos e Folha de Pagamento (RHE), em funcionamento desde outubro. Esta medida prioritária veio substituir a metodologia utilizada há mais de 20 anos, garantindo maior transparência e confiabilidade. Outra iniciativa com o objetivo de dar transparência às atividades do Parlamento, aprovada pela Mesa Diretora em novembro, foi a ampliação da capacidade de comunicação da Casa, disponibilizando para todos os gaúchos o sinal aberto da TV Assembleia.
A operacionalização depende, ainda, da assinatura de convênio com a Câmara dos Deputados. A intenção é que o modelo de referência já disponibilizado em São Paulo passe a ser realidade no Rio Grande do Sul, o mais breve possível. Inauguramos o Memorial do Legislativo, que consolidou o trabalho que vinha sendo desenvolvido desde 2004. O novo espaço levará às gerações futuras as páginas já escritas da história, com o registro oficial e perene da construção da democracia.
Alcançamos as metas de excelência em Gestão Pública, uma vez que 94% DAS METAS ESTABELECIDAS NO INICIO DA GESTÃO FORAM CUMPRIDAS.
Alcançamos as metas de público tanto na Assembleia como em eventos realizados no interior envolvendo mais de meio milhão de pessoas.
Em parceria com o Instituto Municipalizar, realizamos 9 grandes Congressos tornando o Parlamento gaúcho, novamente, um Fórum de Discussões altamente qualificadas acerca dos grandes temas da Nação Brasileira. Debatemos temas como: MUNICIPALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS, TRANSPARÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, COMBATE A CORRUPÇÃO E CONTROLE SOCIAL DA ADMINISTRAÇÃO, FEDERALISMO, REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, REFORMA TRIBUTÁRIA, TRIBUTAÇÃO E FEDERALISMO, REFORMA POLÍTICA, COMBATE A CORRUPÇÃO ELEITORAL, REFORMA PROCESSUAL CIVIL, O REPENSAR DA INSTITUIÇÃO PARLAMENTO E A QUALIFICAÇÃO DA ATIVIDADE PARLAMENTAR.
Importante dizer que os referidos congressos se caracterizaram por serem atos de COOPERAÇÃO INTERINSTITUCIONAL entre 142 instituições do Poder Público e da Sociedade Civil Organizada, entre elas 42 UNIVERSIDADES e Centros Universitários.  estes congressos foram realizados sem nenhum custo para o Parlamento Gaúcho.
Destaco, também, o trabalho desenvolvido pelo Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional cujo Colégio Deliberativo aprovou a criação de 4 Grupos Executivos de Acompanhamento de Debates – GEADS, ou seja: Ações cooperadas e Desenvolvimento, Participação e controle social, Ações Ambientais e; Potencialidades Econômicas do Tradicionalismo Gaúcho. Setenta e sete instituições participaram das discussões destes temas através de 44 reuniões realizadas na Assembleia e no Interior do Estado. O resultado deste trabalho foi a grande contribuição que estes Grupos deram ao nosso Estado, cujo relatório pode ser acessado no site da Assembleia.
Cito um: A discussão, criação e instalação do primeiro Observatório Social do Estado do Rio Grande do Sul, já em funcionamento no municipio de Santa Maria. O Observatório Social é uma instituição preocupada em auxiliar a sociedade na fiscalização das ações realizadas pelos órgãos públicos.
Faço apenas um breve relato das nossas atividades. Maiores informações estão no nosso Relatório da Gestão que poderá ser encontrado na saída deste plenário. Destaco ainda a entrega de Prêmios e Medalhas, todas previstas em regulamento. Dentro da linha de que quem coopera deve agradecer-se e, sobretudo, reconhecer-se o trabalho e o ESFORÇO DAS OUTRAS PESSOAS, estabelecida aqui, a política do BEM, do BEM RECONHECER e de aproximar o Rio Grande do centro das decisões nacionais.
Entre os homenageados estão Nelson Jobim, Ministro Aires Britto, Ministro Orlando Silva, Ex-Ministra da Casa Civil, a presidente da República eleita, Dilma Rousseff, Ministra do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie, Ministro do STJ Luiz Fux, Fabio Koff, Lazier Martins, Ana Amelia Lemos, Pedro Ortaça, Raul Randon, o vice-presidente da República Michel Temer entre outras importantes personalidades.
Um estado que se preza, que tem orgulho e que compartilha com todos os nossos compatriotas brasileiros as belezas e a sua cultura, sabe reconhecer, também, homem mulheres de espírito altivo de outras querências. É por isso que somos diferenciados. Homenageando o que temos de bom lá fora ESTAMOS mostrando a eles o nosso valor, a nossa pujança e as nossas conquistas. A homenagem é uma espécie de batismo que torna o homenageado tão gaúcho como aquele que nasceu nesse torrão sulino.
Que o reconhecimento seja uma política de atitudes nessa Casa.
RECONHECER É AGRADECER. Reconhecer é ser grato.
Como dizia o poeta, a “A gratidão desbloqueia a abundância da vida”. Ela torna o que temos em suficiente, e mais. Ela torna a negação em aceitação, caos em ordem, confusão em claridade. Ela pode transformar uma refeição em um banquete, uma casa em um lar, um estranho em um amigo. A gratidão dá sentido ao nosso passado, traz paz para o hoje, e cria uma visão para o amanhã." Eu diria que a gratidão é que dá sentido a política e aos políticos cuja confiança dos brasileiros segue em baixa.
Luc Ferry, filósofo e humanista francês afirma em seu livro POLITICA E VIDA PRIVADA NA ERA DA GLOBALIZAÇÃO que: “A profissão dos políticos, é realmente ingrata”.
Por mais que façamos, basta algo errado e “pum”, vem tudo abaixo.
Por isso precisamos reinventar a forma de fazer política preocupando-nos realmente com a mudança de comportamento das pessoas no sentido de que sejam mais FELIZES. Nós temos que ser o agente da felicidade. Se pudéssemos ligar agora para nossos filhos e perguntar o que eles mais  querem na vida: certamente diriam: PAI EU QUERO SER FELIZ... Assim comportam-se as pessoas. É POR ISSO QUE TENHO INSISTIDO que o Legislativo tem o dever de preocupar-se com a verdadeira integração do povo gaúcho, fundamento para a paz, justiça, desenvolvimento e felicidade. É aqui o ambiente em que devem ser instigados e debatidos os assuntos de interesse do Estado, e o interesse do Estado é o INTERESSE DA PESSOA!. Também é daqui que se espera algo pontual, diferenciado que não seja escândalo ou má gestão. Por isso debatemos a COOPERAÇÃO como veículo dessa integração e como propulsora do crescimento.
Saio da Casa Política Gaúcha para integrar outra Casa Política, agora a Câmara Federal.
Não tenham dúvidas que para lá também levarei a bandeira da cooperação.
No Brasil não é diferente. É constante a luta de uma ideologia contra a outra, uma classe contra a outra, um segmento contra o outro, o que faz distanciar cada vez mais indivíduos e comunidades, aumentando no Estado o alheamento e a competição destrutiva.
Não podemos negar a nossa tradição divisionista. Quero despertar a importância da cooperação a nível nacional como uma profunda consciência de união, de fraternidade, de parceria, na convicção de estar juntos e atuando juntos para o bem de todos.
Queremos disseminar a importância da cooperação procurando levar, como agente político, aquele que é considerado o mais básico dos direitos humanos: o direito à FELICIDADE.
Muito obrigado a todos.

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