O navio irlandês Rachel Corrie, abordado por forças militares de Israel na manhã deste sábado, chegou ao porto de Ashdod escoltado. A abordagem teria ocorrido depois que a tripulação da embarcação irlandesa ignorou quatro chamados para que desviasse a rota para um porto de Israel ao invés de seguir para Gaza. O cargueiro traz a inscrição "Free Gaza" e chegou ao porto escoltada por duas pequenas lanchas israelenses.
Militares entraram no navio no início da manhã, após a abordagem, e não teria havido violência. Israel tinha reiterado nos últimos dias que impediria, com o uso força, a chegada do cargueiro a Gaza em caso da embarcação não desistir da intenção de romper o bloqueio israelense e chegar à faixa palestina.
Na segunda-feira, o Exército israelense atacou outros seis navios do comboio de ajuda humanitária, da qual faz parte o navio irlandês.
Na abordagem, o Exército israelense matou nove ativistas turcos - um deles com dupla nacionalidade turco-americana - que viajavam em uma das embarcações. No ataque, em águas internacionais, dezenas de ativistas ficaram feridos. O Rachel Corrie ficou para trás do comboio devido a problemas técnicos. O nome do navio irlandês é carregado de simbolismo. Rachel Corrie era uma ativista americana que em 2003 foi esmagada em Gaza por uma escavadeira militar israelense quando exercia papel de "escudo humano" impedindo a demolição de casas palestinas
Ontem, a tripulação do navio já havia rejeitado a oferta feita por Israel através da Irlanda que atracasse em Ashdod e desembarcasse nesse porto israelense situado ao norte de Gaza a ajuda humanitária. A proposta incluía ainda que representantes do navio acompanhassem depois a transferência da ajuda de Ashdod até Gaza.
Segundo "Free Gaza, um dos grupos que organiza a expedição, o Rachel Corrie transporta 1,2 mil toneladas de ajuda humanitária. Com 20 pessoas a bordo, entre os passageiros está a prêmio Nobel da Paz norte-irlandesa Mairead Maguire e um antigo subsecretário-geral das Nações Unidas, o irlandês Denis Halliday.
Fonte:EFE