Juramento do Jornalista

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Uma noite pela memória de Canoas

A velha locomotiva tipo "Maria Fumaça", típica no final do século 19, não avisa mais de sua chegada, com seu barulho intenso e provavelmente seu forte apito ao parar na estação ferroviária do pequeno vilarejo que a rodeava. Quando em atividade, o trem que partia de Porto Alegre a São Leopoldo, na primeira linha férrea do Estado, tinha em Canoas um de seus locais de embarque e desembarque dos viajantes.
No entorno, casas começam a surgir e a transformar a paisagem. A estação vira o Centro do povoado. Até a nova igreja católica, vem ser construída já no século XX, próximo ao caminho de ferro. A fumaça do trem vai embora, o progresso chega, a cidade se emancipa, torna-se uma das mais pujantes do Estado, mas ainda tem no seu Centro histórico os casarões e locais que a viram crescer e que alojaram seus primeiros desenvolvedores.
A narrativa é parte de uma história contada pela Unidade de Patrimônio Histórico, Arquivo e Museu (UPHAM) da Secretaria Municipal de Cultura para estudantes do curso de História e Geografia do Unilasalle. A atividade Uma Noite na Memória de Canoas, foi realizada ontem, quando o grupo de estudantes, acompanhados por funcionárias da UPHAM percorreram, desde as 19h30, alguns dos locais da região central cuja importância histórica é preservada.
Entre construções novas, avenidas movimentadas, casarões do século passado surgem imponentes, principalmente pela história que cada um guarda em sua existência, e que é remontada pelas técnicas Iolanda Finkler (gestora da UPHAM) e Eliete Santos (gerente de equipe da Unidade). Acompanhadas pela estagiária de história Rose Oliveira, conduzem o grupo a desvendar os acontecimentos por trás das fachadas de cada construção.
A outrora interferência urbana onde era campo, agora é memória da cidade. A antiga estação férrea foi o ponto de partida para o passeio noturno. Bem próximo, do outro lado da rua, a Casa dos Rosa, silenciosa, traz em sua arquitetura o que houve de mais novo ainda no final dos anos 30. Do outro lado dos trilhos, Instituto Pestalozzi, e Vila Joana, lado a lado, são a concepção do desenvolvimento para a época de suas construções. Um pouco mais adiante, Villa Mimosa.
O recém restaurado espaço é um convite a se conhecer o requintado acabamento de sua época. Tombada pela Prefeitura, a grande casa que abrigará um Centro de Artes tem nos detalhes de sua construção e ornamentos a beleza de sua imponência. Ali viveu a família Ludwig, cuja matriarca recebe a homenagem na fachada (Mimosa). Berço de cidadãos de inestimável contribuição para o desenvolvimento de Canoas, a casa abre-se para a população, a fim de que sua história seja conhecida, pois confunde-se com a da cidade.
O passeio continuou pela Praça da Bandeira, em frente a Igreja Matriz de Canoas. Dos 17 pontos que compõem o trajeto do Centro Histórico, nem todos puderam ser visitados, por questão de tempo. "É muito interessante, fiquei surpresa, pois alguns dos pontos tinha apenas como referência, sem conhecer suas histórias", disse a acadêmica de Geografia Ana Lúcia Lopes, 34 anos, moradora de Canoas. O professor da turma, Carlos Hees destacou a importância do projeto. "Cada prédio tem um pouco da história do município e este contato com o patrimônio material é muito interessante", avaliou.
A atividade é parte da 10ª Semana Nacional de Museus e a parceria com o Unilasalle inclui a visitação na disciplina de História do Rio Grande do Sul.
Na cidade, são 17 os pontos que compõem o trajeto do Centro Histórico. Pelo menos foram tombados por iniciativa da administração municipal, a partir de 2009:
- Antiga Estação de Trens (tombado)
- Villa Mimosa (tombado)
- Vila Joana
- Instituto Pestallozzi
- Colégio Maria Auxiliadora
- Praça da Bandeira
- Igreja Matriz São Luiz Gonzaga (tombado)
- Casa Fritzen
- Casa Abadie
- Praça Emancipação
- Prefeitura Municipal (tombado)
- Praça do Avião
- Villa Nenê (tombado)
- Taças da Corsan
- Casa Wittrock (tombado)
- Casa dos Rosa (tombado)
- La Salle
Fonte: Jesiel B. Saldanha Secom/PMC

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