A noite de vigília organizada por Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para pedir a liberdade de Jair Bolsonaro (PL) no sábado terminou chamando atenção por um personagem improvável.
O evangélico Ismael Lopes, 34 anos, desconhecido para a maior parte do público até então, acabou se tornando o centro do episódio mais tenso do ato.
Ismael chegou ao local misturado entre os apoiadores do político preso.
Não teve dificuldade para se aproximar do palco improvisado e, em determinado momento, pediu o microfone.
O evangélico afirmou que Bolsonaro deveria ser responsabilizado pelas mortes durante a pandemia de Covid-19 e revoltou os apoiadores. Assim que terminou, tentou deixar o local correndo, mas foi perseguido, empurrado, chutado e teve a manga da camisa rasgada até conseguir proteção da polícia.
O religioso reúne cerca de 66 mil seguidores nas redes sociais e é figura ativa em um movimento evangélico progressista.
Ele integra a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, organização que tem aberto diálogos com o governo federal e que já participou de encontros com a primeira-dama Janja.
Nas redes sociais, irmão Isma, como é conhecido, deixa claro seu posicionamento político.
A publicação fixada traz o símbolo comunista do martelo e foice e a frase: “Amor ao próximo só é possível com ódio de classe”.
Em outro post, questiona: “Como é possível amar e coadunar com um sistema que explora o trabalho e rouba a riqueza produzida pela trabalhadora e trabalhador?Por amor ao próximo, não só partiremos o pão, mas tomaremos os meios de produzi-lo.”
Após a repercussão, a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito se manifestou, deixando claro que a atitude de Ismael não foi coordenada pelo grupo.
A organização afirmou que a iniciativa teve “caráter individual e pessoal” e disse estar oferecendo apoio ao pastor diante das agressões que sofreu.

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