Bolsonaro, que é apontado como figura central na conspiração para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, foi o sexto réu a depor entre os 31 investigados.
O momento mais tenso da audiência ocorreu quando Moraes questionou Bolsonaro sobre declarações feitas em uma reunião ministerial em julho de 2022.
Na ocasião, Bolsonaro acusou os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin de receberem propina em dólares para descumprirem a lei. Pressionado, o ex-presidente admitiu não ter provas das acusações e declarou que se tratava de um “desabafo”, sendo então obrigado a pedir desculpas diretamente a Moraes.
O episódio reforçou um padrão de comportamento recorrente de Bolsonaro, que, durante seu mandato, fez diversas acusações graves contra ministros do STF sem apresentar qualquer evidência concreta.
Essa prática voltou a se repetir no depoimento, quando ele tentou sustentar a narrativa de fraudes eleitorais, alegando que suas afirmações se baseavam em supostos relatórios técnicos.
Bolsonaro chegou a sugerir que o próprio processo judicial seria um indicativo de que havia dúvidas sobre a lisura do pleito de 2022.
No entanto, Alexandre de Moraes foi categórico ao afirmar que não existe nenhum indício de fraude nas urnas eletrônicas e que a ação penal em curso trata exclusivamente da tentativa de golpe, não do processo eleitoral em si. A troca de argumentos expôs o distanciamento entre a retórica adotada por Bolsonaro e os fatos apurados pela investigação, que se concentram em possíveis articulações ilegais para impedir a transição democrática de poder.
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