Além dos altos preços da matéria-prima, os produtores de café e a indústria da torrefação enfrentam um novo desafio: a proliferação de produtos falsificados.
Nas últimas semanas, bebidas "sabor café" _ apelidadas na internet de "cafake" ou “ café fake" - começaram a aparecer nas prateleiras de supermercados em São Paulo e na Região Sul do país.
Produzidos de maneira clandestina, esses produtos aproveitam o crescimento dos preços da bebida mais popular entre os brasileiros.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o aumento dos custos com insumos agrícolas, mão de obra e energia, somado à alta demanda externa, elevou o preço do café genuíno.
Com estoques reduzidos e preços elevados, o "café fake" surge como um subproduto do tradicional.
Celírio Inácio da Silva, diretor da Abic, alerta para o fato de que, embora a embalagem seja similar, o pó rotulado como "tipo" ou "sabor café" não é, de fato, café.
"Isso é um desrespeito aos 330 mil produtores brasileiros.
"É uma fraude econômica e uma ameaça à saúde pública para os consumidores brasileiros apaixonados por café."
O produto é comercializado de forma semelhante ao café convencional, tanto no modelo almofada quanto a vácuo, com embalagens que imitam marcas conhecidas. No entanto, a torra não utiliza a semente do café, mas, sim, polpa, cascas, folhas e galhos.
Como identificar o "cafake"?
Assim como nesses casos, a única garantia para o consumidor está nas letras miúdas da embalagem.
Outra observação é o preço, o pacote de meio quilo do "cafake" sai por R$ 13,99, menos da metade do preço médio do café no varejo atualmente, quase R$ 30.
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