O cenário para a indústria no Rio Grande do Sul não é bom, conforme avaliação da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), que divulgou hoje seu balanço em Porto Alegre. A taxa de expansão de produção foi de 1,6% na média de 2012 e 2013. Segundo o presidente da entidade, Heitor Müller, apesar de o desempenho, este ano, ter variado 6,8%, a comparação com 2012, que registrou índice de -5,1%, é muito baixa. Portanto, considera o crescimento muito pequeno para o Estado. “Há dez anos, o comércio cresce mais do que a indústria”, disse.
Isso significa, segundo ele, que a demanda do varejo tem sido suprida por mercadorias importadas, especialmente da China, já que a produção não está acompanhando. “Até agora, são 11 bilhões de dólares de déficit da manufatura do Brasil”, afirmou. Enquanto isso, o setor calçadista enfrenta entraves na fronteira da Argentina. “O Mercosul é uma ficção, por causa de todos os produtos que estão parados lá há meses”, destacou. Mais de 700 mil pares de sapato estariam barrados de entrar no mercado argentino.
Para Müller, o Piso Regional é outro fator que prejudica o desempenho. “É difícil manter a competitividade”, disse, lembrando que deve ser votado na Assembleia Legislativa um reajuste de 12,75% nos salários. Ele explicou que o aumento gera inflação, pois os empresários precisam aumentar o preço dos produtos para pagar melhor os funcionários e esses trabalhadores acabam tendo os rendimentos desvalorizados em razão da alta das mercadorias. “É um efeito dominó”, afirmou.
Apesar disso, salientou que não há previsão de redução de vagas. Devem ser abertos 20,6 mil postos de trabalho em 2014 somente na indústria. O crescimento, porém, é menor do que o de outros anos. “Não se produz tanto. Então não precisa de tanta gente”, acrescentou o economista da entidade, André Nunes.
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