A pretexto de
redimensionar a frota, a Aeronáutica já esvaziou os hangares de duas bases
aéreas. O único esquadrão que operava na Base de Fortaleza (CE), os
Bandeirantes de instrução do 1º do 5º Grupo de Aviação, foi transferido para
Natal. A capital potiguar também foi destino do esquadrão 1º do 11º, composto
por helicópteros Esquilo, que deixou sem aeronaves a Base de Santos (SP).
Afonsos na mira dos cortes:
Embora a Aeronáutica não confirme, a política de desativação deve
atingir agora a base de Florianópolis (SC), sede do esquadrão Phoenix, formado
por Bandeirantes Patrulha (2º do 7º), e a histórica Base Aérea do Campo dos
Afonsos, na Zona Oeste do Rio, onde o silêncio já impera sobre o barulho das
turbinas. Berço da aviação militar e primeira escola de formação de pilotos,
Afonsos abriga um esquadrão de Hércules C 130 (1º do 2º GT), que deverá se
transferido para o Galeão, e um esquadrão de helicópteros (3º do 8º), que iria
para Santa Cruz (RJ).
Afonsos e seus Hércules de lançamento de tropas viveram durante
décadas um processo de simbiose com a vizinha Brigada de Infantaria
Paraquedista. Porém, com a intenção do Exército de transferir os paraquedistas
para o Planalto Central, a base perderá o sentido operacional. Seu esvaziamento
também deverá vitimar o Parque de Material Aeronáutico, local da unidade onde
acontecem as grandes manutenções da Força, mas não se sabe o que vai acontecer
com o Museu Aeroespacial, parte do complexo.
Uma base dotada de esquadrões mobiliza de 800 a mil militares,
movimento que impulsiona economicamente o entorno da unidade. Sem aeronaves e
servindo apenas de base de apoio, a necessidade despenca para cem homens. Para
uma força que, hoje, é obrigada a cortar o expediente matinal por não ter
alimentação a oferecer aos soldados, a economia é considerável.
Anápolis sem caças:
Com a despedida dos caças Mirage 2000, que saem de operação até o
fim do mês, a Base de Anápolis (GO) também sofrerá redução operacional. Mas não
fechará: um grupo de seis pilotos permanecerá no local, para manter a
administração da unidade, cumprir horas de voo no F-5 e participar de
treinamento.
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